sábado, 7 de abril de 2012

FRANKLIN CASSIANO DA SILVA: Cuiabá - poetisa Maria de Arruda Muller

FRANKLIN CASSIANO DA SILVA: Cuiabá - poetisa Maria de Arruda Muller:

MARIA DE ARRUDA MULLER, poetisa, nasceu em Cuiabá, a 09 de dezembro de 1898.  Pertence a Academia Matogrossense de Letras.


CUIABÁ - Homenagem da poetisa a cidade verde

Cuiabá - poetisa Maria de Arruda Muller

 MARIA DE ARRUDA MULLER, poetisa, nasceu em Cuiabá, a 09 de dezembro de 1898.  Pertence a Academia Matogrossense de Letras.





CUIABÁ


Os lusos, rasgaram de Afrodite o seio,
Chantando as “Quinas”, nas brasílias praia!
Após dois séculos, as “bandeiras”, sem receio,
Rumo d’
oéste, estenderam nossas raias!

Intrépido, frio, o piratiningano,
Aniquilou de Castela, a pretensão...
Aniquilou a unidade pátria, sem engano,
A língua de Camões, em toda essa extensão!

As “minas do Cuiabá”, de tão famosas,
Atraem fina
flôr da gente paulistana;
Também tigres, nas façanhas monstruosas!...

Na terra de Poseidon, do “El Dorado”,
De alta e viva aspiração humana,
És
cuiabá! Coração predestinado!

Literatura de Mato Grosso


Marcos Bergamasco/Secom-MT

 

Quando surgiu, o aspecto histórico e a evolução da escrita em nosso Estado

Por Paulo Pitaluga e João Carlos Ferreira


O Início

As primeiras manifestações acerca da região que seria posteriormente Mato Grosso datam ainda do século XVI. Ulrich Schmidl, servindo no exército espanhol, descreveu a sua viagem subindo o Rio Paraguai pelo Pantanal até perto do Chapadão dos Parecis em sua obra “Derrotero y Viaje a España y las Indias”, cuja primeira edição, escrita em latim, data de 1599. No mesmo século, outros conquistadores a serviço da Espanha, estiveram em solo mato-grossense e descreveram as suas aventuras, mas que foram publicadas somente nos séculos posteriores. O padre Jesuíta Antônio Rodrigues, Dom Hernando de Ribera, Domingos Martinez de Irala, Alvar Nuñes Cabeza de Vaca fizeram interessantes relatos acerca de suas expedições “Paraguay arriba...”
No século XVII, praticamente a única obra produzida que menciona esta região, então sob domínio espanhol, foi o “Anales del Descubrimiento, Población y Conquista del Rio de la Plata”, de Ruy Dias de Gusmán, que permaneceu inédita até 1833, apesar de ter sido escrita em 1612.

Publicados no século XVIII, temos 4 relações que, em princípio referem-se a Mato Grosso. São elas “Relação e Breve Notícia de um bicho feroz que apareceu à gente que foi para o Mato Grosso”, autor anônimo sem data; “Relação curiosa do sítio do Grão Pará e terras do Mato Grosso...” anônimo sem data; “Relação de chegada que teve a gente de Mato Grosso...” anônimo de 1754; “Relação e Notícia da gente que nesta segunda monção chegou ao sítio do Grão Pará e às terras do Mato Grosso...” escrita por Caetano Paes da Silva e publicado em 1754.
Ainda no século XVIII tivemos o primeiro cronista do passado de Mato Grosso, José Barbosa de Sá, iniciando o denominado Ciclo dos Cronistas. Esse licenciado escreveu “Relação da Povoação do Cuiabá e Mato Grosso de seus princípios até os tempos presentes”, escrito em 1755, mas publicada neste século. Joaquim da Costa Siqueira, ainda no século XVIII escreveu “Crônicas do Cuiabá”, praticamente uma transcrição da obra de Barbosa de Sá e também o seu “Compêndio Histórico Cronológico de Cuiabá”, publicado somente em 1850.

Outros cronistas se ativeram a Cuiabá e Mato Grosso ainda no primeiro século da ocupação mato-grossense: João Antônio Cabral Camelo com as suas “Notícias Práticas das Minas do Cuiabá”, Felipe José Nogueira Coelho com “Memórias Cronológicas da Capitania de Mato Grosso”, José Gonçalves da Fonseca com “Notícias da situação de Mato Grosso e Cuiabá”.

Escritos no século XVIII, mas somente posteriormente publicados, são os inúmeros trabalhos acerca de Mato Grosso, relatórios de viagens, demarcações de fronteiras, de autoria dos engenheiros Francisco José de Lacerda e Almeida e de Antônio Pires da Silva Pontes.

Já nos princípios do século XIX o oficial de engenheiros Luís d’Alincourt, entre vários trabalhos nos deixa a “Memória da Viagem do Porto de Santos à cidade de Cuiabá”, e Hércules Florence com “Viagem Fluvial do Tietê ao Amazonas”. Com ambos os trabalhos se iniciam em Mato Grosso o denominado Ciclo dos Viajantes.
Século XX
Neste século XX tivemos ainda Joaquim Ferreira Moutinho que escreveu “Notícias sobre a Província de Mato Grosso”; Bartolomé Bossi, com “Viage Pintoresco...”; o Visconde de Beaurepaire-Rohan com “Anaes de Mato Grosso”, publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo de 1910; O dr. João Severiano da Fonseca escreveu “Viagem ao Redor do Brasil”; Karl von den Steinen, cientista alemão que escreveu “O Brasil Central” e outros trabalhos etnográficos.

Faz ainda parte do Ciclo dos Viajantes, Francis de la Porte Castelnau, que escreveu “Expedição às partes centrais da América do Sul”.
No século XIX destacamos também a figura erudita de Augusto Leverger, o Barão de Melgaço, que com 36 títulos escritos sobre Mato Grosso, destacamos “Apontamentos Cronológicos da Capitania de Mato Grosso”, “Vias de Comunicação de Mato Grosso” e “Breve Memória relativa à Corografia de Mato Grosso”.

Ainda nas primeiras décadas deste século tivemos Estevão de Mendonça com sua obra máxima “Datas Mato-grossenses”, dentre outros muitos trabalhos históricos por ele nos deixado, além de obras culturais de inegáveis méritos, como a criação da revista “O Archivo” de 1904 a 1906.

Virgílio Corrêa Filho, o maior historiador das coisas do passado mato-grossense, nos legou nada menos que 109 títulos de obras acerca de Mato Grosso, sem contar as de cunho nacional. Sua grande obra é sem dúvida a “História de Mato Grosso”, além de “As raias de Mato Grosso”, “Augusto Leverger - o Bretão Cuiabanizado”, “Joaquim Murtinho”, “Pedro Celestino” e outras da mais suma importância para a historiografia mato-grossense.

Dom Francisco de Aquino Corrêa, um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso e da Academia Mato-grossense de Letras, foi um dos maiores cultores da língua pátria, produzindo sermões, poesias, crônicas e história no mais refinado vernáculo. Entre seus trabalhos destacamos: “A Fronteira de Mato Grosso com Goiás”, “Cartas Pastorais”, “Uma flor do clero cuiabano”, “Nova et Vetera”, “Florilegium”. Foi D. Aquino Corrêa o autor da letra do Hino de Mato Grosso. Foi ainda membro da Academia Brasileira de Letras.

Marcos Bergamasco/Secom-MT


O Desembargador José de Mesquita despontou como um dos grandes literatos mato-grossenses. Jurista, historiador, genealogista, cronista e poeta, escreveu: “A Chapada Cuiabana”, “João Poupino Caldas”, “O Taumaturgo do Sertão”, “Gente e Coisas de Antanho”, “Terra do Berço” e “Poemas do Guaporé”.

O General Cândido Mariano da Silva Rondon, relatou as suas experiências pelos sertões de Mato Grosso, pacificando índios e estendendo linhas telegráficas, em mais de 20 trabalhos, todos eles publicados pela Comissão Rondon. Sem dúvida, além de brilhante militar, despontou nas letras mato-grossenses.

Rubens de Mendonça, de longe o maior historiador regional mato-grossense dos tempos modernos, poeta sensível e cronista atento do quotidiano cuiabano, herdou a veia literária de seu pai Estevão de Mendonça. Escreveu perto de 50 livros, dentre os quais, as seguintes contribuições para a historiografia, “História de Mato Grosso”, “História do Comércio em Mato Grosso”, “Sátiras na Política de Mato Grosso”, “Nos Bastidores da História de Mato Grosso”, “Ruas de Cuiabá”, na poesia, “Cascalhos da ilusão”, “Garimpo do meu Sonho”, “No escafandro da Vida”, “Antologia Bororo” e “Dom Por do Sol”. Foi o Secretário Perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso até seu falecimento em 1993.

Luís Philipe Pereira Leite, historiador emérito com 37 títulos publicados acerca de nossa historiografia regional, escreveu: “Vila Maria dos meus amores”, “Bispo do Império”, “O médico da Jacobina”, “Os Capitães Generais de Mato Grosso”, “Três Sorocabanos no Arraial”, dentre outros. Presidiu o Instituto Histórico de Mato Grosso por 20 anos de profícua gestão.
Na historiografia mato-grossense destacam-se ainda: Antônio Corrêa da Costa, Firmo José Rodrigues, João Barbosa de Faria, Antônio Fernandes de Souza, Francisco Alexandre Ferreira Mendes, Lécio Gomes de Souza, Antônio de Arruda, J. Lucídio Nunes Rondon, Lenine Póvoas, dentre outros.


Atualidade

Contemporaneamente o Estado oferece notáveis historiadores que, com seus trabalhos compõem a forja da nova história de nossa terra. Destacamos Natalino Ferreira Mendes, Adauto de Alencar, Pe. José de Moura e Silva, Paulo Pitaluga Costa e Silva, Luiza Volpato, Elizabeth Madureira de Siqueira, Lúcia Helena Gaeta Aleixo, Anna Maria Ribeiro, Jovam Vilela da Silva, Fernando Tadeu de Miranda, Maria Adenir Peraro, Sebastião Carlos Gomes de Carvalho, João Carlos Barrozo, Edil Pedroso da Silva, Aníbal Alencastro, Antonio Soares Gomes, Pedro Rocha Jucá, Leila Borges Lacerda, Moacyr Freitas, Ivane Piaia, Elias Januário, Ailon do Carmo, Aline Figueiredo, Ivan Echeverria, Sônia Romancini, Gabriel de Mattos, Suize Leon Bordest, João Antonio Lucidio, José Serafim Bertolotto, Cristiane Cerzósimo Gomes, Afranio Correa, Jovam Vilela da Silva, Neuza Maria Erthal Kerche, Cláudio Quoos Conte, Maria Tereza Carrión Carracedo, Bernadete Duraes Araujo, João Bem Dias de Moura Filho, Benedito Pedro Dorileo, Darlene Taukane Bakairi, Maria Manuela Novis Neves, Valdon Varjão, Louremberg Alves, Maria de Lourdes Silva Ramos, Pepita Spinelli Malagutti, Alfredo da Motta Menezes, Yasmin Nadaf, Celso Correa Cardozo, dentre outros.

Os trabalhos historiográficos onde se destacam as imagens fotográficas oferecem nomes importantes desta área em Mato Grosso, a saber: Marcos Bergamasco, Mário Friedlander, Júlio Rocha, José Maurício, Marcos Vergueiro, Laércio Miranda, Wieslaw Jan Syposz, Márcio Moreira, Mário Vilela, Maria de Lourdes Silva Ramos, dentre outros.

Essa plêiade de literatos, de escritores e poetas que, longe dos grandes centros culturais do Brasil, isolados pela distância, com a sua capacidade inata de registro, pela erudição, intelectualidade e sensibilidade poética, conseguiram fazer sobressair seus nomes e marcar indelevelmente a sua passagem pelo mundo cultural deste Estado, se destacam os trabalhos de Pedro Trouy, Antônio Tolentino de Almeida, Otávio Cunha, Ulisses Cuiabano, Ricardo Guilherme Dicke, José Raul Vila, Maria de Arruda Müller, Dunga Rodrigues, Franklin Cassiano Silva, Carlos Vandoni de Barros, João Antônio Neto, Lobivar de Matos, Euricles Mota, Tertuliano Amarília, Silva Freire, Ronaldo Castro, Ivens Cuiabano Scaf, Marilza Ribeiro, Luciene Carvalho e Lucinda Persona representando uma grande quantidade de sensíveis e brilhantes poetas, que em sucessivas gerações, tanto cantam a terra e a gente mato-grossense.

Destacam-se ainda nas letras de forma geral os trabalhos de: Aclise de Mattos, Agenor Leão, Agrícola Paes de Barros, Amidicis Tocantins, Antonio Sodré, Antonio Tolentino, Arnaldo da Silva Carmelo, Arnaldo Serra, Benedito Pinheiro de Campos, Benilde Borga de Moura, Carlos Frederico Moura, Carmindo de Campos, Clodoaldo de Campos, Clodoaldo D’Alincourt, Clóvis Ramos, Corsíndio Monteiro da Silva, Danilo Fochesatto, Danilo Zanirato, Débora Prazeres Dore, Dick Marques, Domingos Sávio Brandão Lima, Eduardo Ferreira, Edivaldo Barbosa (Dizé), Ezequiel de Oliveira, Francisco de Leal Queiroz, Gervásio Leite, Guilhermina de Figueiredo, Ilto Silva, Irmar Arruda e Sá (Neneto), Isac Povoas, João Hamilton, Joca Reiners Terron, Jorcy Dreux, Jorge Fonseca JR., Jorge Tolim, José de Mesquita, Josué Marcílio, Juliano Moreno, Lamartine Ferreira Mendes, Lenine Rocha, Lorenzo Falcão, Luiz Zeferino, Luiz Carlos Ribeiro, Manoel de Barros, Maria Aparecida Vaz Adrade, Maria Ligia Borges Garcia, Maria Conceição Oliveira, Martha Baptista, Mário César Silva Leite, Marta Helena Cocco, Mirian Botelho dos Santos, Moisés Martins, Nilo Povoas, Octávio Cunha, Odoni Grohs, Oscarino Ramos, Paulo Ferraz, Renato Baez, Romulo Carvalho, Rosário Congro, Sebastião Carlos Gomes de Carvalho, Soter Caio de Araujo, Valdeci Motta, Valter Figueira, Zenaide M. Farias, Wagner Bezerra, Wander Antunes, Weller Marcos da Silva, Wladimir Dias Pino, dentre outros.

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